terça-feira, 20 de setembro de 2016

PLANTAS DO JARDIM FITOGEOGRÁFICO – HYPTIDENDRON ASPERRIMUM



Hyptidendron asperrimum

A floresta do Jardim Fitogeográfico foi quase inteiramente reflorestada, pois pouco mais havia, em 2007, quando viemos residir no local, do que capim-braquiária, taquaras e algumas poucas arvoretas mirradas. Sobre este reflorestamento, falamos anteriormente, na postagem de 16 de setembro de 2016: http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/09/quesnelia-arvensis-bromelia-da-floresta.html . Bem, dentre essas “arvoretas mirradas”, havia algumas espécies interessantes, que ganharam viço, durante o trabalho de regeneração da floresta. Hyptidendron asperrimum (família Lamiaceae) era uma delas.

Trata-se de uma arvoreta característica das matinhas de encosta de altitude da Serra dos Órgãos, em sua vertente interiorana, onde predomina o clima estacionalmente seco de inverno. Ocorre em outras partes do Sudeste e até mesmo no Mato Grosso. Nos domínios das escarpas e vertentes voltadas ao Vale do Paraíba, costumam ocupar bases de paredões de pedra, ou florestas baixas dos topos de morros, onde os solos são fracos e muito drenados, situação mais ou menos do local onde estamos.

Hyptidendron asperrimum produz flores violeta, que surgem principalmente nesta época do ano – final de inverno a início de primavera. Junto com elas, vêm os pintassilgos (Carduelis magellanica), que são minúsculas joias cantarolantes, amarelo-ouro, matizadas de negro, que cantam maviosamente, enquanto forrageiam nessas flores, ocasionando lindo contraste.


É uma arvoreta baixa, de seus cinco metros, pouco mais, com tronco recoberto por espessa casca suberosa, como o são muitas árvores deste tipo de floresta. Por isso, presta-se razoavelmente bem para algumas bromélias, que foram afixadas nos troncos de alguns exemplares do Jardim Fitogeográfico. Plantas dos gêneros Vriesea, Aechmea e Quesnelia se deram bem neste tipo de suporte, embora exista risco de desplacamento ocasional, coisa usual em plantas de climas estacionais. 

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